Lá se vão três meses da estréia cheia de incertezas. Sair de uma emissora estatal e com salário garantido para um projeto inovador, independente. As idéias foram surgindo aos poucos. Uma equipe pequena mas eficiente, cada um na sua função e a confiança na minha ancoragem. Aos poucos as trilhas, tendo Roberto Carlos como referência, mas Wilson Simonal como prefixo de abertura. Achei estranho a princípio mas algo me dizia que estava no caminho. A ironia com os temas cotidianos e é claro a política, essa sim, digna de ironia. A mesma ironia que ela nos impõe.
Senti que o ouvinte queria falar e me esforcei para ser sua voz. Hoje recebo feed back de muitos que se dizem satisfeitos e contemplados com minha opinião. O programa cresce em audiência e continuo me assustando por exemplo quando alguém canta a vinheta "Joeeeeeel Silva" ou a música de abertura do Simonal "Eu canto essa canção em busca de um sorriso..." e acho que é isso, faço o programa em busca de um sorriso. O que era pra ser um radiojornal é hoje um programa nos moldes dos antigos programas de rádio. Informação, bom humor, hora certa, mas principalmente a figura do comunicador. Eu sentia falta disso no rádio.
Alguém que conversasse com o ouvinte, tocasse trechinhos de músicas que levantam o astral ou trazem boas lembranças, alguém que informasse...enfim, alguém que fosse como eu...como nós...só não esperava que esse alguém fosse eu mesmo.
Primeiro operador de áudio, que os locutores mais antigos chamam de maestro...depois virei repórter...e agora tenho um programa, que divido com ouvintes, amigos...pessoas que parecem tão próximas...agradeço a Deus...e peço a ele que não me deixe esquecer nunca das pessoas que contribuíram
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