
Segundo o juiz federal Flávio
Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal, a apreensão faz parte da decisão
que decretou, na semana passada, o bloqueio de R$ 3 bilhões em bens do
empresário e de parentes dele para preservar possíveis indenizações e multas.
"Depois de todos os bens
apreendidos, vamos avaliar até chegar no montante que o Ministério Público
requereu. Se ultrapassar, o restante será devolvido", informou o
magistrado.
Na última sexta-feira (6)
diversas apreensões foram feitas na casa de Eike no Jardim Botânico, Zona Sul
do Rio. Durante a ação, foram levados o celular do empresário, documentos, seis
carros (dois deles importados), um piano, 16 relógios, R$ 90 mil em dinheiro e
mais o equivalente a R$ 37 mil em outras moedas. Inicialmente, a defesa do
empresário havia estimado em R$ 80 mil o valor recolhido.
Segundo a PF, também foram
apreendidos dois motores para lancha, um computador, uma escultura e um ovo
Fabergé (joia feita para czares russos nos séculos 19 e 20).
Contas no exterior
Segundo o magistrado, está sendo
julgado o pedido de rastreamento de contas do empresário no exterior.
“Existe um inquérito tramitando
que implica na evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Queremos saber onde ele
tem conta e quanto ele remeteu para o exterior”, ressaltou o juiz, explicando
que, mesmo que o processo seja deferido nesta quarta, não é um processo rápido,
pois o Ministério Público precisará encaminhar o pedido para órgãos de cooperação
internacional, como a Interpol e o FBI (agência federal de investigação dos
EUA).
Defesa
Indignado, o advogado Sérgio
Bermudes disse na sexta que o bloqueio e a apreensão de bens foi uma
"decisão selvagem e brutal". "Não deixaram dinheiro nem para ele
comprar bananas para o filho de 3 anos. A Polícia Federal foi extremamente
correta e cortês. Mas a decisão judicial só pode ser classificada como fúria
selvagem", afirmou.
Segundo o advogado, a apreensão
de todos os bens do empresário foi para garantir o pagamento de indenização de
vítimas de supostos atos fraudulentos, caso Eike seja condenado. No entanto,
Bermudes alegou que o processo que corre na 3ª Vara Federal Criminal ainda está
no início.
Nesta quarta, o Tribunal Regional
Federal no Rio vai julgar o pedido da defesa de Eike que pede o afastamento do
juiz do processo por imparcialidade. “É uma suspeição sem base legal, de fundo
meramente político. Não há nenhuma violação a artigo do código de processo
penal”, afirmou o magistrado Flávio Roberto de Souza.
G1
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