domingo, 11 de julho de 2010

Bruno: De herói a vilão...

É dessas fotos que ficam no imaginário coletivo: Pelé aos 17 anos, campeão do mundo, chorando no ombro do grande Gilmar, que o ampara, o consola, o anima, o conforta. Passados não mais de 52 anos, a reprodução dessa cena é quase impensável.

Se o garoto Neymar tivesse sido campeão do mundo nos seus atuais 18 anos, como muitos queriam, em que ombro choraria de emoção, se é que choraria? No de Dunga, velho e bravo campeão; no de Kaká, veterano de outras copas e acostumado aos aplausos? Não, não parece a ninguém factível a repetição daquela cena protagonizada por Pelé e Gilmar nos campos da Suécia.

Meninos de hoje não choram mais nos ombros de seus ancestrais, meninos de hoje não têm ancestrais. A sociedade pós-moderna pulveriza as verticalidades e não provê acolhimento das angústias nas hierarquias verticais, nos mais velhos, nos mais experientes, nos que já passaram por isso.

O resultado está aí. A série que deveria ser "descoberta, sucesso, fama, dinheiro, conforto e satisfação" tem sido "descoberta, sucesso, fama, dinheiro, mulheres, drogas, violência, desastres, prisão ou ostracismo".

É o Bruno estragou tudo!

Nenhum comentário: